O chamado Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), caiu 2,5 pontos na passagem de julho para agosto: de 110,3 pontos para 107,8 pontos. Desta forma, o índice voltou a ficar abaixo dos 110 pontos, situação avaliada como de incerteza moderada. A última vez que o IIE-Br havia ficado abaixo dessa linha foi no último mês de abril (106,5 pontos).
“Na métrica de médias móveis trimestrais, o indicador recuou 1,7 ponto, para 109,6 pontos”, acrescentou o relatório do FGV Ibre publicado no último dia 30 de agosto.
No que se refere aos dois componentes do IIE-Br, o Instituto informou que o componente de Mídia recuou 3,7 pontos em agosto, ante julho, caindo de 109,8 para 106,1 pontos — menor nível desde março (105,6 pts.), e contribuindo negativamente com 3,2 pontos para a queda do índice agregado. Esse componente é “baseado na frequência de notícias com menção à incerteza nas mídias impressa e online, e construído a partir das padronizações individuais de cada jornal”, explicou o FGV Ibre.
Já o componente de Expectativas — que, por sua vez, mede a dispersão nas previsões de especialistas para variáveis macroeconômicas — subiu 3,5 pontos na passagem de julho para agosto, quarto mês consecutivo de alta. Alcançando, desta forma, 111,4 pontos no oitavo mês de 2023, maior nível desde junho do ano passado (116,8 pontos). Nesse caso, o componente contribui positivamente com 0,7 ponto para o resultado do IIE-Br em agosto, frisou o Instituto Brasileiro de Economia da FGV.
“Com o resultado de agosto, o IIE-Br registra a terceira queda seguida, retornando ao patamar mais confortável de incerteza, abaixo dos 110 pontos”, enfatizou a economista do FGV Ibre, Anna Carolina Gouveia. “O componente de Mídia foi o responsável pela queda no mês, motivado pela redução das incertezas fiscais e a continuidade de resultados favoráveis da atividade econômica”, pontuou Gouveia. “Em sentido oposto, o componente de Expectativas acumula a quarta alta consecutiva, com aumento da dispersão nos cenários futuros dos especialistas para a taxa de juros Selic e o câmbio”, completou a economista.